01 Nov 23

Três tendências tecnológicas sobre o futuro dos meios de pagamento

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Inteligência Artificial (IA), Computação em Nuvem e Segurança lideram as inovações do segmento

Em um cenário de constante transformação dos serviços financeiros, o setor de meios de pagamento está passando por uma metamorfose bastante única. À medida que a tecnologia impulsiona mudanças importantes e as preferências dos consumidores moldam novas demandas, o segmento enfrenta uma conjuntura na qual a inovação, a redefinição de processos e a criação de jornadas de pagamento verdadeiramente revolucionárias se tornam fundamentais.

A digitalização e a ampliação da conectividade de forma global estão remodelando a maneira como interagimos com pagamentos. O que antes envolvia uma simples transação agora se desdobra em um ecossistema amplo de opções de pagamento, por meio de diversas interfaces. Essa transformação influencia como as transações financeiras são percebidas e conduzidas.

Durante o Payment Revolution 2023, evento que reuniu especialistas deste mercado em São Paulo (SP) e que contou com a participação da Ingenico com inúmeras inovações, diversos debates abordando o futuro do setor de pagamentos foram realizados, culminando com o levantamento de três principais tendências que estão redesenhando por completo o segmento: Inteligência Artificial (IA), Computação em Nuvem e Segurança.

Inteligência Artificial e o domínio da Geração Z

A era da Inteligência Artificial chegou também para os meios de pagamentos. A IA está se tornando uma peça essencial na simplificação e no aprimoramento das interações entre clientes e comércios. Com aplicativos baseados em Nuvem, a capacidade de desenvolver novas tecnologias de pagamentos se torna basicamente ilimitada. Isso culmina na integração da Inteligência Artificial com as transações, facilitando a vida dos usuários, que não precisam compreender processos complexos. Desde realizar check-ins em hotéis até agilizar compras online, a IA se destaca como uma aliada que desmistifica o universo das transações, tornando-o muito mais simples para os consumidores.

A tendência de uso da Inteligência Artificial está altamente ligada à Geração Z, conhecida por sua disposição em abraçar novas tecnologias. Com influência que vai além dos meios  de pagamentos ou canais de compras utilizados, a IA está impulsionando o consumo da Geração Z por meio de uma abordagem mais personalizada e ágil, em jornadas mais práticas e individualizadas de compras. Isso ocorre pois, com a alta disponibilidade de dados da Geração Z, que é bastante conectada, a IA apoia as empresas a compreenderem quem são seus clientes para criar anúncios e ofertas efetivamente direcionados a eles, oferecendo recomendações específicas para esse recorte de consumidores. Com mais assertividade na hora de disponibilizar para aquisição aquilo que o cliente realmente deseja, as empresas conseguem atrair e fidelizar esse público. A IA, alimentada por dados e tecnologia de ponta, está apoiando a criação de uma experiência fluida, satisfatória e intuitiva que está transformando a maneira como essa geração realiza suas compras.

Data Mesh na Era da Nuvem

A ascensão da Nuvem está redefinindo a maneira como os dados são armazenados, gerenciados e explorados. Uma revolução tecnológica tem se desdobrado, com tecnologias e APIs evoluindo em uma escala que nunca vimos antes. Essa abordagem em Nuvem permite que as organizações construam ecossistemas de dados interconectados, oferecendo insights mais profundos e total flexibilidade para inovar.

As fintechs, grandes usuárias da Nuvem, têm impulsionado essa transformação, proporcionando soluções bastante ágeis, estimulando o mercado como um todo a inovar com mais rapidez. A chegada do Open Finance é outro ponto que também ressalta o poder da Nuvem e dos dados, permitindo que as organizações conheçam profundamente sua clientela e, assim, ofereçam soluções e produtos mais personalizados.

Todo esse cenário conduz ao conceito emergente de Data Mesh, um modelo de arquitetura de dados que está mudando a forma como os negócios organizam e usam as informações coletadas. Em vez de ter uma estrutura centralizada para armazenar os dados e realizar as análises necessárias para gerar insights, o Data Mesh considera a distribuição das informações, coletadas a partir de uma diversidade de fontes, para escalar a análise e transformá-las em conhecimentos que efetivamente possam ser usados nos negócios.

Neste conceito mais distribuído, a colaboração se torna possível, pois o acesso às informações é descentralizada, ou seja, os dados ficam disponíveis para quem precisa deles nas organizações. Com isso, é possível ter mais agilidade e qualidade nos processos e na entrega de serviços. A partir dessa análise, por exemplo, empresas podem descobrir as ofertas mais interessantes para cada tipo de consumidor, com descontos que realmente façam sentido para aquele público. A tendência do Data Mesh deve acelerar especialmente com o impulso recebido a partir da Web 3.0 e pela chegada do 5G, que favorecem uma conectividade muito mais ágil e estável para a análise de dados.

O desafio da segurança

Com a inovação e o aumento exponencial de informações coletadas pelas empresas, vem uma crescente preocupação com a segurança. A proteção dos dados e a luta contra fraudes, por exemplo, tornaram-se imperativos inegociáveis. À medida que a IA e a Nuvem transformam a indústria, a privacidade dos dados dos usuários emerge como prioridade crítica.

De acordo com a pesquisa Payment Security Market Size & Share Analysis – Growth Trends & Forecasts (2023 – 2028), da Mordor Intelligence, o mercado de segurança de pagamentos está projetado para crescer significativamente nos próximos anos, com uma taxa de crescimento anual de 15,44%. Isso levaria o tamanho desse mercado de US$ 23,48 bilhões em 2023 para US$ 48,14 bilhões em 2028. A demanda por soluções de segurança de pagamento é alta devido a fatores como a mudança para compras e transações online, o aumento de roubos de dados e fraudes, bem como a conscientização sobre segurança de pagamentos e conformidade com padrões. Diante disso, um grande desafio passa a ser democratizar dados de maneira segura no setor.

As empresas estão cada vez mais intensificando seus esforços para garantir a integridade das transações e a confidencialidade das informações, inclusive com ações antifraude. Soluções orientadas por IA já ajudam a criar um ecossistema de pagamentos mais protegido de forma automatizada. Por meio da IA, já é possível levar muito mais segurança para processos de autenticação, cadastro de contas e autorização de pagamentos para mitigar fraudes.

Ainda, a IA já é usada para detectar e combater ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados, com uma abordagem dinâmica, automática e assertiva. Vale lembrar que os próprios fraudadores e hackers também têm à disposição a Inteligência Artificial para aplicar ataques e golpes cada vez mais complexos, colocando a tecnologia do lado errado. No entanto, cabe ao setor de meios de pagamento compreender como sair na frente e utilizar a Inteligência Artificial ao seu favor.

A indústria de meios de pagamento, já altamente regulamentada e bastante segura, deverá manter a segurança no centro de suas estratégias, alinhando-se aos rigorosos padrões de proteção de dados, como os requisitos PCI.

Evolução constante

À medida que a revolução digital molda os meios de pagamento, a Inteligência Artificial, a Computação em Nuvem e a Segurança emergem como pilares centrais desse novo cenário. Ao navegarmos por esse ambiente de mudanças constantes, é necessário lembrar que toda inovação deve ser guiada pela compreensão das necessidades de todo o ecossistema, em especial os consumidores. Com a Geração Z liderando o caminho e a urgência da segurança em mente, estamos no limiar de uma nova fronteira de possibilidades que já vem transformando a maneira como realizamos transações financeiras. Ao que tudo indica, este cenário deve ser ainda mais digital do que se imagina.

Nesse sentido, a segurança dos dados e a preservação da privacidade serão questões cada vez mais relevantes. Além de ter em mente a necessidade de proteger seus clientes, é fundamental que as empresas compreendam o quão importante é colocar em prática medidas para atender as regulamentações locais referente à proteção de dados, como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil e o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na Europa. Ambas as regulações possuem regras especificas sobre como lidar com dados, especialmente em relação a transparência, segurança e responsabilidades no tratamento de informações pessoais, estabelecendo diretrizes claras para a coleta e o uso. Caso não sejam seguidas, as legislações possuem grandes punições que podem colocar em risco os negócios.

Explorar tendências em ascensão é crucial para entender como elas estão sendo adotadas. Os consumidores, em última análise, são a força motriz por trás dessas mudanças tecnológicas. O mercado de pagamentos está abraçando essas tendências para oferecer soluções cada vez melhores. A jornada é contínua e o setor está comprometido em estar na vanguarda para possibilitar que todo o ecossistema, desde comércios até os seus clientes, possa ter acesso a transações mais rápidas, seguras e inteligentes.

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Ingenico

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